Quando notou que o tamanho do pé sofreu um significativo aumento, passando do número 36 para o 39, a pele ganhou muitas espinhas, ficando mais espessa e os dedos começaram a ficar mais grossos, dificultando o uso da aliança, a professora Luciana Brandão do Couto, que estava noiva e preparando-se para o casamento, há 11 anos, decidiu procurar o médico para saber o motivo dos sintomas . Os exames confirmaram acromegalia – doença rara que registra 3,3 casos por milhão/ano, provocada por tumor benigno da hipófise(adenoma), que provoca produção exagerada do hormônio do crescimento (GH)
Luciana, que mora no município baiano de Coração de Maria, foi submetida a cirurgia da hipófise, casou-se e, há dez anos, é acompanhada pela equipe do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia(Sesab), referência para o tratamento da acromegalia e gigantismo na Bahia. Ela foi uma das participantes do 1º Encontro de Pessoas com Acromegalia e Gigantismo na Bahia – o Acrovida – tendo participado da oficina de beleza, depois de passar pelo cirurgião – dentista e pelo cirurgião bucomaxilo.
O encontro, hoje pela manhã, foi realizado pelo Centro de Reabilitação CER IV das Obras Sociais de Irmã Dulce, em parceria com o Cedeba e Associação Baiana de Amigos e Familiares dos portadores de Mucopolissacaridose e doenças raras( ABAMPS). Os participantes estiveram em diversas oficinas: beleza e atividade física de relaxamento, além de avaliação com profissionais especializados e fizeram inscrição no CER.
O Atualmente o Cedeba atende 80 pacientes, sendo 60 com acompanhamento e dispensação do medicamento, de alto custo, fornecido pelo governo federal. E os demais, vindos da rede particular, recebem o medicamento. O atendimento multidisciplinar que o Cedeba oferece aos pacientes com acromegalia está sendo ampliado com a parceria firmada com o Centro Especializado de Reabilitação – CER-, da OSID, referência em Reabilitação.
Segundo a coordenadora do CER, a assistente social Rosinei Souza, “aqui temos atendimento muito amplo :cirurgião bucomaxilo, cirurgião –dentista, ortopedista, neurologista oftalmologista, cardiologista, otorrino, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, pedagogo, psicólogos e assistente social
O Diagnóstico
Quando a acromegalia se manifesta em pessoas jovens, se não houver tratamento, elas crescem exageradamente – gigantismo – atingindo altura de até 2,18 metros, situação que torna a rotina mais difícil, como explicou o ortopedista Marcos Almeida,também professor da Escola Baiana de Medicina. Por isso –explicou – os pais devem ficar atentos ao perceberem que o crescimento da criança está sendo exagerado. O gigantismo, segundo o especialista, dificulta a realização de tarefas simples como entrar num carro ou andar de ônibus. Eles tendem a apresentar problemas na coluna pela inadequação dos móveis que os obrigam a sentar numa postura que leva a dores ósseas e articulares. Ele definiu a parceria com a OSID como “a união da solidariedade e o voluntariado.”
Como a acromegalia provoca o crescimento das extremidades, acompanhamento com o cirurgião bucomaxilo, também é muito importante, como definiu o especialista Diego Tosta, da OSID. Há casos –explicou – em que há necessidade da cirurgia da redução da mandíbula. Quando a oclusão não é satisfatória – explicou- pode interferir na digestão.
Sintomas
Os sintomas iniciais da acromegalia são aumento do nariz, orelha, pés, mãos. Pode também haver espessamento da pele e suor excessivo, aumento da oleosidade da pele e de pelos. O ronco também pode ser um sinal de alerta. Caso o paciente com acromegalia não seja tratado, a morte passa a ser de duas a quatro vezes maior que na população em geral.
Ascom Cedeba
/cedeba/gigantismo