Como forma de facilitar o desenvolvimento neurossensorial dos bebês prematuros, o Hospital Estadual da Criança (HEC)/Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (LABCMI) tem feito uso de redinhas que simulam o útero materno. A técnica é utilizada em pacientes da UTI Neonatal e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
Segundo a coordenadora do Centro de Reabilitação do HEC, Girlane Santiago, o uso da redinha proporciona uma reorganização tônica e comportamental do bebê prematuro, à medida que melhora o tônus flexor próprio do recém-nascido, prejudicado pelas posturas convencionais utilizadas na UTI.
“Além disso, favorecem a estimulação do sistema vestibular, das reações de equilíbrio e de proteção e a integração sensorial, fatores prejudicados pela prematuridade do bebê. Uma intervenção simples como um posicionamento adequado pode influenciar o desenvolvimento neurossensorial, proporcionar conforto e incrementar a função respiratória de um recém-nascido”, explica a fisioterapeuta.
A coordenadora acrescenta que o nascimento antes do tempo priva o bebê do meio intra-uterino, sob estimulação vestibular pela movimentação materna, com contenção oferecida pelas paredes uterinas e pela placenta, mantendo uma postura mais flexionada.
“As intervenções fisioterapêuticas devem facilitar a organização e promover a redução do estresse, permitindo a recuperação do recém-nascido durante o período de internação. Programas de intervenção vêm sendo desenvolvidos e aplicados e há evidências de que reduzem as alterações fisiológicas. O posicionamento dentro da redinha é importante para o desenvolvimento de padrões de movimentos mais maduros”, destaca Girlane.
De acordo com a fisioterapeuta, o recém-nascido submetido à técnica com a redinha tem demonstrado redução da irritabilidade, menor perda de calor e gasto de energia, proporcionando ganho de peso. “Além disso, com esta técnica, observou-se relaxamento do recém-nascido prematuro com melhora nas respostas comportamentais, pois o aconchego mediante a postura uterina favorece estas respostas positivas”, salienta.
O uso da redinha, conforme Girlane Santiago, também proporciona estimulação sensorial adequada (estimulo visual, auditivo e tátil), por meio do balanço, conforto, melhora na frequência cardíaca e saturação de oxigênio, contribuindo para o desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido prematuro.
Fonte: Ascom do HEC
Hospital da Criança/redinha
22/02/2021 16:29
02/02/2021 14:46