Entenda as pesquisas e estudos em curso para combate do aedes aegypti.
1) Teste rápido de dengue e chikungunya
Iniciativa da Sesab: A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) fará aquisição de 200 mil testes rápidos para que seja possível identificar os casos de dengue e chikungunya e, por exclusão e exames clínicos, diagnosticar a zika, visto que até o momento não há teste em escala comercial.
Cenário: em março de 2015, a campanha de combate ao mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya teve neste ano um grande reforço. Foi desenvolvido um teste rápido, que associado a um smartphone com GPS, permite, simultaneamente, o georreferenciamento (Google Maps) dos casos, a fim de controlar rapidamente os surtos, bem como ter o resultado em apenas 20 minutos, o que antes demorava até 60 dias. Esta foi uma ação inédita no país e os primeiros municípios a dispor do teste rápido foram Feira de Santana, Riachão do Jacuípe e Ribeira do Pombal. No combate ao mosquito Aedes, que também transmite a zika, foram investidos em toda a Bahia mais de R$ 13 milhões, além de campanhas educativas e capacitação para supervisores no trabalho de campo, bem como R$ 3,7 milhões de incentivo financeiro aos municípios para ampliar o combate.
2) Caça Mosquito
Iniciativa da Sesab: O aplicativo será lançado no mês de janeiro nas plataformas Android e IOs.
Qualquer pessoa poderá informar os locais de possível foco do mosquito.
Utilização de GPS para georreferenciamento.
As informações enviadas pelo aplicativo para a Sesab serão encaminhadas para os órgãos municipais para que as medidas cabíveis sejam realizadas (enviar agentes de endemias e utilizar UBV).
3) Mosquito Transgênico
Iniciativa da Sesab: ampliação da produção, pois temos a convicção de que estratégias alternativas de combate ao mosquito devem ser estimuladas, pois ele se tornou a principal ameça à saúde pública do país, visto que é vetor de transmissão da dengue, chikungunya e zika.
Cenário: a Fábrica (Moscamed) está instalada no município de Juazeiro e os testes são realizados em Jacobina.
Como funciona: a iniciativa busca que as fêmeas do Aedes silvestre, ao cruzar com os transgênicos machos, gerem mosquitos estéreis ou que morram antes de chegar à fase adulta. Dados preliminares apontam para a redução de até 80% no número de ovos e mosquitos selvagens, nas localidades onde houve a liberação do mosquito transgênico.
Capacidade: Atualmente a fábrica tem a capacidade de produzir de 4 a 5 milhões de mosquitos por semana, o que é suficiente para controlar uma área de até 100 mil habitantes.
Investimento atual: R$ 1,2 milhão/ano por parte da Sesab.
4) Bacillus thuringiensis
Iniciativa da Sesab: analisar a exequidade, segurança e eficácia em escala comercial do Bacillus thuringiensis no combate ao Aedes.
Estágio: esse bacilo infecta as larvas do mosquito aedes e mata. Atualmente é utilizado em estratégias de controle de pragas na pulverização de lavouras. A Sesab tem se reunido com especialistas e analisando pesquisas a fim de avaliar a sua aplicação. Antes, porém, passará por criteriosa análise de biossegurança, visto que a estratégia prevê a disseminação pela rede de água.
5) Wolbachia
Iniciativa da Sesab: analisar os resultados no Rio de Janeiro e replicar a experiência na Bahia.
Experiência no estado do Rio de Janeiro: Após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A experiência faz parte do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Neste bairro moram 3 mil pessoas. Conforme o projeto, foram liberados, durante quatro meses, aproximadamente 10 mil mosquitos modificados com a bactéria.
A Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos no mundo, incluindo diversas espécies de mosquitos, como o pernilongo, e não apresenta risco para a saúde humana ou para o ambiente. É uma bactéria intracelular, transmitida de mãe para filho no processo de reprodução dos mosquitos e não durante a picada do Aedes em ser humano.
A pesquisa com a bactéria também está sendo desenvolvida no Vietnã e na Indonésia.