O Setor de Toxicologia Veterinária do CIAVE – Bahia foi criado em 1989 e é referência em atendimento especializado em intoxicações nesta área, sendo um dos 3 Centros no Brasil que presta este tipo de serviço, entre os 35 Centros de Informação e Assistência Toxicológica existentes no país. Tem como finalidade a informação, orientação diagnóstica, terapêutica e preventiva em casos de intoxicações veterinárias.
O Toxicologista Veterinário presta assessoria ao plantão médico do CIAVE, objetivando controlar, tratar, orientar e atuar presentemente, buscando o bem estar econômico e social da população, contribuindo, sobretudo para a melhoria da qualidade de vida.
A inserção do Veterinário na equipe de profissionais do CIAVE permitiu conhecer o universo dos envenenamentos relacionados com os animais domésticos no Estado da Bahia, o que possibilitou a realização de estudos epidemiológicos das intoxicações em pacientes veterinários atendidos pelo Centro e a elaboração de ações preventivas e terapêuticas com o objetivo de controlar as intoxicações em animais domésticos de pequeno, médio e grande porte, como também nos animais silvestres.
Para o ano de 2010 foram registrados no Setor de Veterinária 84 casos de envenenamentos e 5 solicitações de informação. Dentre os grupos intoxicantes, os animais peçonhentos contribuíram com 42,1% dos casos, sendo que 82,6% foram atribuídos ao gênero Bothrops, 13,1% ao Micrurus e 4,3% ao Crotalus. Os raticidas foram responsáveis por 23,4% das intoxicações, tendo como principal agente tóxico o “Chumbinho” (raticida clandestino). Os resultados obtidos demonstraram que a espécie canina foi a mais atingida (85,7%), seguida da bovina (8,3% – intoxicação pela planta Thiloa glaucocarpa), felina (4,8%) e equina (1,2%). Os envenenamentos ocorreram com maior predominância na zona urbana (84,5%), tendo como circunstância a acidental. Quanto à evolução dos casos 70% progrediram para cura, enquanto que 21,4% dos animais envenenados foram a óbito.