Pacientes que estão em preparação para a cirurgia bariátrica pelo Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (CEDEBA), acompanhados de familiares, lotaram na manhã de hoje o auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto. Eles vieram da capital e de diversos municípios do interior para participar do ciclo de palestras do Núcleo de Obesidade do Cedeba, que teve como tema “Reflexões sobre a Cirurgia Bariátrica”.
Os pacientes participaram com muito interesse das palestras, fazendo diversas perguntas. Muitos pacientes já estão sendo acompanhados no Cedeba há mais de um ano, conseguiram reduzir o peso – o Ministério da Saúde exige o mínimo de dois anos de tratamento da obesidade para a realização da cirurgia bariátrica – mas ainda estão muito distantes do peso ideal.
Do município de Vitória da Conquista, a paciente Herley Santos Silva, 53 anos, chegou ao Cedeba há um ano e conseguiu sair dos 136 para os 126 quilos. Ela trabalha como vendedora em domicílio, mas a cada dia está mais difícil por conta do excesso de peso. Diabética e hipertensa, está decidida a fazer a bariátrica para ter mais saúde.
Mudança antes da cirurgia
As palestras conduzidas pela equipe formada pela nutricionista, psicóloga, assistente social e endocrinologista reforçam os conhecimentos e orientações que os pacientes recebem desde que começam o tratamento da obesidade no Cedeba.
A nutricionista do Núcleo de Obesidade do Cedeba, Lorena Fracalossi, destacou que muitos pacientes têm a falsa idéia que a cirurgia de redução do estômago, como num passe de mágica, solucione o problema da obesidade sem necessidade de mudanças de hábitos. É muito importante, segundo a nutricionista, que as mudanças de hábitos alimentares e comportamentos comecem antes da cirurgia.
Muito importante, segundo Lorena Fracalossi, é aprender a mastigar bem os alimentos e a fazer pequenas refeições. Ela mostrou que com a bariátrica, o organismo deixa de absorver alguns nutrientes. Por isso – explicou- o paciente terá que tomar suplementos: polivitamínico, vitamina B12, ferro, cálcio o e vitamina D pelo resto da vida. O paciente também precisa estar conscientizado da necessidade de praticar exercício físico, porque a grande perda de peso logo após a cirurgia praticamente deixa de existir no espaço de dois anos.
O paciente submetido à bariátrica só volta a ter alimentação normal no período de 90 dias após a cirurgia. Até a água tem que ser bebida devagar, com cuidado, para evitar engasgos. O sucesso da cirurgia depende da responsabilidade pessoal, não faltando às consultas de acompanhamento pós- bariátrica, por exemplo.
A nutricionista observou que a cirurgia bariátrica é irreversível, citando o caso de uma paciente que manifestou o desejo de ter o estômago de volta, isto é, no tamanho anterior à cirurgia. Por isso, o paciente é informado sobre todas as mudanças que ele terá que adotar. Os aspectos psicológicos da cirurgia bariátrica foram abordados pela psicóloga Aline Fonseca. Ela mostrou como a obesidade mexe com a vida do cidadão nos aspectos social, físico e psíquico.
O paciente com obesidade enfrenta dificuldades no seu dia a dia. Desde encontrar roupas, a marcha, as dores nas articulações, a vergonha pelo excesso de gordura e muitos outros problemas. Mas a vontade de comer em excesso tem causas psicológicas que a cirurgia bariátrica não opera, daí a importância do acompanhamento do paciente na pós-cirurgia, como acontece no Cedeba.
Também fizeram palestras na manhã de hoje para os pacientes que se preparam para a bariátrica, a assistente social Gláucia Loyola e a endocrinologista Thaysa Guedes. É o trabalho da equipe multidisciplinar que norteia o trabalho do Núcleo de Obesidade do Cedeba.
A.M.V. Mtb 694/Ba
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