As mudanças de hábitos alimentares, necessárias para garantir qualidade de vida, no caso dos pacientes com diabetes mellitus, por exemplo, é fundamental. A transformação, porém, não acontece apenas pela imposição de restrições ao paciente. É necessário aumentar a consciência sobre o benefício de uma alimentação saudável para o controle da glicemia. O assunto foi abordado na tarde de hoje (27), pela nutricionista do Cedeba, Maria Palmira Romeo, que participou do módulo IV do Proced – Projeto de Capacitação e Educação em Diabetes, ministrando aulas sobre orientações básicas de nutrição e contagem de carboidratos para as equipes de saúde.
A nutricionista enfatizou a importância dos alimentos funcionais, baseados nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD – 2013/2014. Entre esses alimentos, está a banana verde, que possui amido resistente e diminui a absorção da glicose, além de melhorar o funcionamento do intestino. “Outro alimento funcional em destaque já usado popularmente há muito tempo é a canela, considerado hipoglicemiante. É importante que a população leve em conta a comprovação científica dos benefícios desses alimentos, e continue fazendo uso das medicações”, alertou a nutricionista.
Em relação às vitaminas, Palmira Romero disse que a atenção deve estar voltada, principalmente, para as do complexo B. Ela explicou que a maioria dos pacientes diabéticos apresenta diminuição de vitamina B 12 e isso é reforçado pelo uso da substância Metiformina, que também contribui para essa redução. Havendo diminuição, é preciso fazer a reposição. Muito importante também são os minerais zinco e magnésio para a manutenção dos níveis ideais de glicose.
Cedeba tem cartilha
Durante a apresentação, Palmira Romero mostrou como a orientação nutricional ajuda no controle da glicemia e na redução do colesterol total e do LDL (mau colesterol) nos pacientes com pré-diabetes e diabetes. O primeiro desafio, observou , é a adesão do paciente para que ele siga as orientações. E a adesão, segundo a nutricionista, “é uma atividade conjunta, a qual o paciente não apenas obedece, mas entende, concorda e segue”.
Para isso – observou – é muito importante respeitar o tempo para as mudanças, estar atento à comunicação não verbal, não discriminar alimentos, observar preferências pessoais e culturais, e adequar o plano alimentar ao estilo de vida. Ainda conforme Maria Palmira Romero, o paciente com diabetes precisa entender como os alimentos interferem na glicemia identificando os alimentos que contêm carboidratos. Para instrumentalizar os profissionais das unidades de saúde da atenção básica no que se refere à nutrição em diabetes, profissionais do Cedeba elaboraram o Guia Básico de Orientação Nutricional, já em sua segunda edição. “O guia não substitui a consulta com os nutricionistas, mas é muito importante para a orientação dos profissionais da atenção básica”, conta Palmira Romero.
Entre outras orientações, o guia esclarece que o prato saudável deve ser colorido, não podendo faltar o verde, porque os vegetais são fontes de magnésio, zinco e cálcio, muito importantes para o diabético. A alimentação saudável deve ter reduzido consumo de sal (5 g dia, sendo 3 g na preparação dos alimentos e 2 g dos alimentos). No Brasil, o consumo médio de sal é de 12 g, mais que o dobro do que a quantidade recomendada. O diabético precisa fazer seis refeições dia, sendo as três principais refeições (café, almoço e jantar) e três lanches (manhã, tarde e ceia), É muito importante consumir água (dois litros por dia).
Ascom/Sesab
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