Será realizado no próximo dia 24, o 1º Simpósio de Doenças Raras e/ou Subdiagnosticadas. O evento acontece às 19h, no Auditório Jorge Figueira, do Hospital Santa Izabel, e integra o programa de educação continuada do Serviço de Pneumologia da instituição, com o apoio da Santa Casa de Misericórdia da Bahia. As inscrições para o simpósio, que é voltado para médicos e estudantes de medicina, são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (71) 2203-8367, de segunda a sexta-feira, das 7h às 14h, ou pelo e-mail pneumohsi@scmba.com.br.
De acordo com o coordenador do evento, o pneumologista Guilhardo Fontes Ribeiro, há doenças que são menos frequentes na população e consideradas raras, mas há muitas outras que, na realidade, são subdiagnosticadas. Esse evento tem o objetivo de destacar que o diagnóstico de qualquer enfermidade só pode ser feito quando lembramos que as patologias, mesmo consideradas raras, existem e são responsáveis por muitos casos de mortalidade. É possível que uma observação mais ampla e criteriosa dos pacientes torne essas doenças não tão raras como imaginamos, diz.
O médico cita como exemplo a hipertensão pulmonar que, embora não seja rara, ainda é desconhecida por boa parte das pessoas. Os sintomas dos portadores de hipertensão pulmonar são inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce. É uma doença habitualmente subestimada pelos pacientes e pelos médicos, explica Fontes.
A falta de ar durante atividades que exigem esforço é o sintoma mais precoce e frequente, tendo caráter progressivo. Outros sintomas que podem estar presente, de acordo com o nível de gravidade da enfermidade, são fadiga, síncope, dor precordial (dor torácica) e palpitações.
Segundo Guilhardo Fontes, para fazer o diagnóstico da hipertensão pulmonar é preciso estar atento a patologias que são fatores de risco para a enfermidade, a exemplo das doenças cardíacas, pulmonares, HIV, esquistossomose, doenças da tireóide, reumatológicas, ao uso de alguns moderadores do apetite, entre outras.
É provável que em muitos lugares sem recursos diagnósticos, os pacientes sejam avaliados equivocadamente. Assim, há pacientes com insuficiência cardíaca que, na verdade, têm como origem a hipertensão pulmonar não diagnosticada. Assim como muitos pacientes tratados como portadores de insuficiência cardíaca não têm doenças cardíacas, e sim doenças respiratórias, como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), esclarece.
Outra doença destacada pelo médico é a Pneumonia Necrotizante Adquirida na Comunidade. A patologia acomete 3% da população mundial jovem após gripe e tem evolução fulminante se não for tratada precocemente, com alto índice de mortalidade, que varia de 35% a 70%, mesmo com uso de antibióticos considerados adequados. Como acomete jovens saudáveis, com enorme perspectiva de vida, e os relatos são cada vez mais frequentes, a pneumonia necrotizante tem sido considerada um grave problema de saúde pública, afirma o especialista. É possível que muitos casos não sejam diagnosticados devido a evolução rápida e desconhecimento da enfermidade.
Outra doença importante e pouco diagnosticada é a Bronquite Eosinofílica. Alguns trabalhos atestam que de 10 a 30% da tosse crônica ocorrem por conta desta patologia. Um dos testes diagnósticos é a pesquisa de eosinófilos no escarro, que não se faz na rotina médica. Se der acima de 3%, com função pulmonar normal, excluí-se a asma como causa da tosse e o diagnóstico da Bronquite Eosinofílica é confirmado. Eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa ou imunidade do organismo. Realmente é uma doença de difícil diagnóstico, que compromete muito a qualidade de vida do paciente. No entanto, ela pode ser controlada com medicações e condutas específicas, por isso, estar bem informado é tão importante, diz o médico Guilhardo Fontes.
Fonte: Hospital Santa Isabel
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