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Seminário no HGRS ressalta a importância da doação para transplante

26/09/2014 13:56

Nas vésperas da data em que se comemora o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, 27 de setembro, o tema foi amplamente apreciado no 1º Seminário de Doação e Transplantes de Órgãos do HGRS – Hospital Geral Roberto Santos. O evento, promovido pela Organização de Procura de Órgãos (OPO), lotou, nesta terça-feira (23), o auditório do Hospital, revelando o interesse de estudantes e profissionais de diversas categorias da área de saúde pelo tema. A Bahia ainda conta com poucos doadores: de janeiro a agosto deste ano, foram registradas apenas 78 doações, contra 138 negativas familiares.

A palestra de abertura, sobre a situação do transplante no estado da Bahia, foi proferida pelo coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Salustiano de Moura, após a diretora Geral do HGRS, Delvone Almeida, dar as boas-vindas aos participantes, ao lado da diretora de Enfermagem, Aldacy Ribeiro. O seminário foi promovido pela OPO do HGRS, cuja coordenadora Médica, Bárbara Kraychet, falou sobre a identificação e manutenção do potencial doador.

Outras palestras enfocaram os subtemas “Critério de alocação em fila para transplante”, por América Carolina, médica da Central Estadual de Transplantes (Coset); “Diagnóstico de morte encefálica”, pelo neurologista Artur Souza, também da Coset; “Entrevista familiar e acolhimento”, pela psicóloga do HGRS Maria Constança Velloso Cajado; “Papel da OPO do HGRS”, pela coordenadora de Enfermagem, Luciana Jaqueline Silva.

Uma mesa-redonda discutiu o panorama dos óbitos registrados no HGRS, conduzida pela Comissão de Revisão de Óbitos – CRO, além da doação de córnea, com participação da enfermeira Márcia Marques, do Banco de Olhos do Estado da Bahia. Os participantes do seminário também concorreram a um sorteio de brindes, no intervalo da programação.

OPO e Banco de Olhos

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital Geral Roberto Santos, uma das primeiras a serem instaladas em hospitais da rede própria da Sesab (Secretaria da Saúde do Estado da Bahia), é a segunda em notificações de protocolos de morte cerebral, mas é a terceira em doações efetivas, no estado. A redução das doações efetivas se justifica pelo perfil crônico dos pacientes do HGRS, que acarreta fatores impeditivos para a doação de órgãos para transplante, explica Luciana Jaqueline, doutoranda em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva – ISC UFBA.

Único Banco de Olhos da rede pública estadual de saúde, o BTOC – Banco de Tecidos Oculares, ou Banco de Olhos do Estado da Bahia, funciona no andar térreo do HGRS, das 7 às 19 horas, de segunda a segunda, e em esquema de sobreaviso fora desse horário. Encarregado do processamento, armazenamento e liberação das córneas a serem utilizadas para transplante, o BTOC, que atua em conjunto com a OPO, só não realiza a captação de córneas, atividade a cargo da Central Estadual de Transplantes. O globo ocular doado em qualquer lugar da Bahia é encaminhado para o Banco de Olhos, onde é feita a retirada da córnea e seu acondicionamento em recipiente com antibiótico e conservante.

Feito o processamento, a Central de Transplantes é comunicada a fim de providenciar o atendimento de quem está à frente na fila de espera para o transplante. De acordo com a coordenadora Médica da equipe do Banco de Olhos, Milla Dias Sampaio, são cerca de 40 pares de globos oculares doados por mês, 80 unidades. “Necessitamos sensibilizar as pessoas porque todos nós somos potenciais doadores, e a retirada da córnea pode ser feita até 6 horas depois do óbito”, esclareceu.

De pequena dimensão e quase imperceptível por sua transparência, a córnea tem grande importância: é ela que protege o olho e, juntamente com o cristalino, foca a luz através da pupila para a retina, como se fosse uma lente fixa, e algumas doenças ou mesmo uma distorção na sua curvatura podem acarretar problemas graves, entre eles a perda da visão. Para alguns desses problemas, somente o transplante garante a possibilidade de a pessoa voltar a enxergar. No mundo, são estimados em 6 milhões os casos de cegueira por problemas na córnea.

B.F. 1158/Ba
Ascom do HGRS
Roberto Santos/transplante