Cinquenta por cento dos pacientes submetidos à amputação não traumática de membros inferiores são diabéticos, segundo dados do Ministério da Saúde. A prevenção do pé diabético, uma das complicações da doença, pode ser feita pelos profissionais da atenção básica, que devem estar preparados para identificar os fatores de risco, além de atuar na educação do paciente quanto a cuidados importantes com os pés, que vão desde o corte da unha até o tipo de calçado.
Com esse foco, na qualificação dos profissionais da atenção básica, que cuidam de diabetes, o Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), por meio da Coordenação de Educação e Apoio à Rede (Codar), promove a sessão de atualização em diabetes, no próximo dia 5 de maio, para discutir “O Pé Diabético”. Serão duas apresentações: o cirurgião vascular do Cedeba, Cícero Fidélis, enfoca “Pé Diabético: do diagnóstico ao tratamento”, enquanto o endocrinologista e coordenador da Residência Médica do Cedeba, Alexis Guedes, mostra os “Resultados do Rastreamento do Pé Diabético/Proced.”. A sessão, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS), reunirá profissionais do SUS e estudantes.
Segundo o cirurgião vascular Cícero Fidélis, o exame do pé do diabético é muito importante. Além de avaliar alterações externas importantes como calosidades, rachaduras, micoses, ulcerações, é preciso também verificar sensibilidade e a pulsação dos pés. Como a diminuição da sensibilidade aumenta o risco dos traumas, o paciente diabético deve andar sempre calçado.
Cartilha orienta
De acordo com a coordenadora da Codar do Cedeba, Graça Velanes, o paciente diabético precisa ter cuidados com os pés, ao cortar as unhas, hidratar os pés e escolher meias e calçados. Esses e outros cuidados integram o impresso “O Pé do Diabético”, produzido pelo Cedeba, e que é reproduzido pelos municípios para o trabalho de educação dos pacientes.
A cartilha, com texto simples e rica em ilustrações, começa ensinando a necessidade de o diabético examinar os pés todos os dias para verificar a presença de bolhas, calos, rachaduras ou pele seca. A hidratação é muito importante, segundo explicou Graça Velanes. Deve ser feita à noite, e preferencialmente com creme, vaselina ou glicerina, mas não se deve passar entre os dedos.
A escolha da meia também é muito importante: deve ser em algodão, sem costuras e sem elástico e deve ser trocada todos os dias. O paciente diabético deve usar sapatos confortáveis, evitando os de plásticos e de tira entre os dedos ou peças de metais em contato com a pele.
A.M.V. Mtb 694/Ba
Cedeba/sessãomaio