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“Doce Encontro” no Cedeba uniu educação alimentar e animação para os festejos juninos

09/06/2015 18:37

Uma improvisada quadrilha, marcada com músicas do mais autentico forró, com a participação de pacientes diabéticos que passaram pelo Doce Conviver – grupos de educação e convivência – do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba) – e servidores marcou o encerramento do “Doce Encontro”, hoje pela manhã, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS). A animação e clima junino foram assegurados pelo grupo de forró com sanfona, zabumba, triângulo e maraca e, ainda, pelas delícias da culinária junina e pela decoração.

Antes do forró, os pacientes tiveram atividade educativa com a palestra ” O Controle do Diabetes Mellitus (DM) e as Delícias Juninas”, da nutricionista do Cedeba, Isis Teodoro, que mostrou com muita didática como o diabético pode desfrutar os deliciosos pratos da culinária junina, desde que de forma consciente, sem exageros que possam desequilibrar o nível de glicose. Como os pacientes diabéticos acompanhados no Cedeba têm um plano alimentar com o número de carboidratos para cada refeição, ela mostrou como consumir bolo, milho e amendoim e as respectivas quantidades de carboidratos.

A palestra foi objetiva porque era preciso garantir o lanche dos paciente, às 10 horas, colocando em prática o que eles aprendem no processo de educação no Cedeba: a necessidade de fazer seis refeições diárias, a cada três horas. Na mesa decorada com motivos juninos tinha mingau (preparado sem açúcar), amendoim, bolos, laranja, sucos. Mas os pacientes diabéticos degustaram as iguarias com parcimônia, como já aprenderam no Doce Conviver.

Durante a palestra, pacientes perguntaram sobre o consumo de licor no São João. A nutricionista explicou que o álcool não deve ser consumido porque se combinado com alimentos aumenta o nível de glicose. Se tomado sem alimentos, pode levar à hipoglicemia. Embora a Sociedade Brasileira de Diabetes admita o consumo de uma dose para a mulher e duas para o homem, o mais desejável, segundo a nutricionista, é evitar o consumo de bebidas com álcool.

Qualidade de vida

A palestra de Isís Teodoro começou focando a importância do consumo de alimentos de qualidade e em quantidades adequadas. “Até água em excesso é prejudicial”, pontuou. Mas para uma vida saudável- analisou – o diabético precisa de um banquinho com três pezinhos: alimentação, medicamentos e atividade física.

Segundo destacou Graça Velanes, coordenadora da Codar- Coordenação de Educação e Apoio à Rede, do Cedeba, na abertura do evento, “o Doce Encontro é uma aula prática que agrega amigos, alegria, forró e comida”. Ela elogiou o grupo de pacientes do Doce Conviver – programa criado há 21 anos – que compareceu ao evento, demonstrando interesse na busca do bem-estar.

E são muitos os exemplos de pacientes que passaram pelo Doce Conviver e admitem que o trabalho em grupo muito ajudou a conscientizá-los sobre a importância de uma vida saudável para o controle do diabetes. Maria Silva Souza, 58 anos, diabética há mais de 20 anos, leva uma vida saudável . Atendida no Cedeba, desde o inicio do funcionamento do Centro, quando ainda funcionava no Rio Vermelho (o Cedebinha), além de seguir o plano alimentar, faz atividade física regularmente. Como resultado, mantém o diabetes sob controle sem qualquer complicação.

Aos 75 anos, mas aparentando bem menos, José Florêncio da Costa, diabético há mais de 30, é também exemplo de paciente disciplinado. Pernambucano, aposentou-se , mas não quis voltar para sua terra natal por confiar no Cedeba.”Aqui aprendi a conviver com diabetes e viver bem. Para mim, o Cedeba é tudo. São mais de 15 anos sendo cuidado aqui. E tendo muita sáude”, observa com entusiasmo.

Segundo a enfermeira Ana Claudia Queiroz Perrotta e a assistente social Simone Souza da Rocha Matos, do Doce Conviver, o encontro foi muito oportuno porque nos períodos de grandes festas, como Natal, Ano Novo e nos festejos juninos (que têm muita força, principalmente nas cidades do interior) há maior registro de alterações nos níveis de glicose dos diabéticos, porque eles tendem a exagerar no consumo de alimentos ricos em carboidratos.

O encontro também marcou o encerramento dos grupos do Doce Conviver trabalhados no primeiro semestre. Mas estão sendo convidados pacientes de todos os grupos já atendidos desde a criação do Programa, que totaliza mais de 600 pessoas. Os organizadores estimam a presença de 100 pacientes.

Utilizando a metodologia participativa, que busca a autonomia do cuidado, o Doce Conviver trabalha para que o paciente se torne responsável pelo seu tratamento. Ele aprende como viver bem com o diabetes. Os grupos, com 15 participantes, têm cinco oficinas quinzenais, totalizando cinco encontros. Após seis meses voltam a se reunir para avaliação. Os grupos do primeiro semestre começam em março e os do segundo, em agosto. Agora, já está sendo feita a captação de pacientes para os grupos do segundo semestre.

Entendendo o consumo de carboidratos

No plano alimentar do paciente diabético é definido o consumo de carboidratos por refeição. Tomando como exemplo um paciente cujo quantidade seja de 60 gramas de carboidratos no jantar, ele poderá consumir 3 copos de amendoim cozido (( 10 gramas cada) e uma espiga de milho cozida ( 30 gramas). Pode optar por uma fatia pequena de bolo (30 gramas de carboidratos), um terço de espiga de milho (10 gramas) e dois copos de amendoim (20 gramas). O consumo de laranjas também precisa ser feito com moderação porque uma unidade contem 15 gramas de carboidratos. Um copo de mingau, se preparado com açúcar, tem 30 gramas de carboidratos, com adoçante cai para 20.

A.M.V. Mtb 694/Ba
Cedeba/doce

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