Quanto mais mal controlado o diabetes, mais rapidamente a doença avança, aumentando também os riscos de complicações. Portanto, o controle glicêmico, que é muito importante, integra as ações do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab),destaca a endocrinologista Fabiana Freire, do Ambulatório Multidisciplinar de Ajuste Glicêmico, serviço que conta com médicos, psicólogos e enfermeiros.
A experiência do Ambulatório de Ajuste Glicêmico, onde os pacientes recebem orientações sobre uso da insulina, alimentação e acompanhamento dos níveis glicêmicos, será compartilhada na sessão temática em Diabetes do mês de agosto, no próximo dia 4 (terça-feira) das 9 às 11h30, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS). Realização do Cedeba, por meio da Coordenação de Educação e Apoio à Rede (Codar), a sessão tem como público-alvo trabalhadores do SUS da Atenção Básica (capital e interior) e estudantes de nível superior da área de Saúde.
Acima do esperado
O trabalho desenvolvido no Ambulatório de Ajuste Glicêmico será apresentado na sessão temática pela enfermeira Iara Melo e pela psicóloga Kécia Lima. Uma experiência iniciada em 2008 e que vem apresentando resultados acima do esperado, como pontuou Fabiana Freire. Ano passado, a meta esperada era reduzir nos pacientes atendidos no ambulatório a taxa de hemoglobina glicada (marcador que indica a média dos níveis de glicose no período de três meses) de 10.7 para 8.6, seis meses após a conclusão do trabalho de cada grupo. O índice alcançado foi 8, portanto, a redução foi maior do que a prevista.
Após cada encontro, os pacientes do grupo do Ambulatório de Ajuste Glicêmico fazem sete medições da glicose durante três dias. Tudo fica registrado no formulário e também no glicosímetro que o Cedeba empresta aos participantes do grupo, além de fornecer fitas reagentes e lancetas. Eles preenchem também o Recordatório Alimentar, onde anotam os alimentos e quantidades ingeridas em cada refeição, explica Iara Melo.
Como explica a psicóloga Kécia Lima, ao receber o diagnostico de diabetes é muito comum a reação de negação. Por isso, destacou, é preciso trabalhar as emoções do paciente com diabetes. “Muitos dizem: ‘Estou condenado. Vou morrer’. Eles têm medo da impotência sexual, de não serem aceitos e por isso preferem negar o diabetes”, afirma Kécia Lima.
Dificuldades
Segundo Fabiane Freire, há situações que dificultam o ajuste glicêmico: a omissão de doses de insulina e também o não cumprimento do plano alimentar que prevê seis refeições a intervalos de três horas. Geralmente – explica – o paciente faz as três refeições principais mas não dá a devida atenção aos dois lanches e à ceia.
Usando insulina duas vezes por dia, o paciente Edmundo Sales dos Santos, 69 anos, residente em Salvador, está no Grupo de Ajuste Glicêmico. Ele vem tendo situações de hipoglicemia e, no contato com a equipe multiprofissional aprendeu que é porque não está seguindo a orientação do plano alimentar no jantar. Diabético há 14 anos, vem sendo acompanhado no Cedeba há seis anos, atendimento que define como “ótimo”.
Maria de Santana, de 51 anos, do município de Simões Filho, também usa insulina duas vezes por dia. Ao avaliar a glicemia, pós-prandial (após a refeição) e constatar que estava em 150, ficou tranquila, porque para os pacientes diabéticos a glicemia de jejum deve estar entre 80 e 120 e a pós-prandial entre 140 a 160.
Ascom Cedeba
Cedeba/ sessão ajuste
05/12/2024 09:58
02/12/2024 17:01