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Sesab credencia prestadores de serviços de transplantes

08/04/2016 14:56

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) abre credenciamento para prestadores de serviços que realizam procedimentos relacionados ao processo de doação e transplante de órgãos. A partir da instrução de número 04, publicada ontem (7), as unidades de saúde interessadas poderão fazer sua adesão à política estadual de transplante e obterem os incentivos e recursos disponibilizados pelo Ministério da Saúde destinados às equipes transplantadoras.

De acordo com o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, o objetivo da instrução, além de normatizar o credenciamento dos prestadores deste serviço, é “incentivar e fomentar a realização deste procedimento com o objetivo de ampliar os serviços, considerando que hoje a Bahia figura entre os estados que menos transplantam no Brasil”, pontua o titular da pasta.

O coordenador do Sistema Estadual de Transplantes (Coset), Eraldo Moura, explica que, a partir desta publicação, toda clínica e/ou hospitais que prestam serviços desta natureza poderão se credenciar, desde que atendam os pré-requisitos estabelecidos na instrução, que também define a responsabilidade das unidades de saúde, que vão desde a realização dos exames necessários ao pré-transplante, inclusão dos pacientes em lista, bem como pelos exames necessários ao transplante e ao pós-transplante.

No caso de hospital transplantador, as equipes cirúrgicas deverão estar disponíveis em tempo integral, inclusive finais de semana e feriados, para realização das captações dos órgãos e tecidos, de acordo com sua habilitação junto ao Sistema Nacional de Transplante (SNT).

Transplante na Bahia

O estado possui unidades hospitalares e equipes autorizadas para realizar transplantes de rim, fígado, coração, pulmão, córnea, medula óssea e osso, no entanto, o número de procedimentos é muito inferior à necessidade da Bahia. No ano de 2015, foram realizados 573 transplantes, incluindo um transplante cardíaco, realizado no Hospital Ana Nery, o primeiro em hospital público, marcando também a retomada desse tipo de transplante no Estado, que não ocorria desde 2009. Este ano, de janeiro a março, já somam 130 transplantes. No entanto, estes números estão muito aquém da demanda do estado. Hoje, a fila de espera conta com 2.182 pacientes, distribuídos entre aqueles que esperam por um transplante de fígado (89), rim (939) e córnea (1.254).

Doadores

No estado, de cada 100 potenciais doadores, o diagnóstico de morte encefálica só é realizado em dez pacientes. Destes, os órgãos de apenas três são transplantados, muitos deles em outros estados. De acordo com Eraldo Moura, o desafio é reduzir a subnotificação do diagnóstico de morte encefálica e reduzir a negativa familiar à doação, que na Bahia alcança 70%, sobretudo, por falta de conhecimento sobre o processo, além de ampliar o doador efetivo e o número de transplantes. Por isso, atividades educacionais e campanhas de conscientização devem ser desenvolvidas. Para Eraldo Moura, o esclarecimento sobre o procedimento de doação deve começar desde cedo, e a equipe médica deve continuar sendo acompanhada, para estimular a realização de protocolos que comprovem a morte encefálica.

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