Integrante do Núcleo de Pesquisa e Ensino em Fisioterapia do Hospital Geral Roberto Santos (Nepfih-HGRS), a fisioterapeuta Caroline Guerreiro representou a instituição no 11º Congresso Internacional de Fisioterapia, em Salvador, com a palestra ‘Treinamento muscular respiratório nas disfunções de pacientes com doença de Parkinson’. O evento – organizado pela Sociedade Brasileira de Fisioterapia (SBF) – aconteceu de 19 a 22 de setembro e reuniu conferencistas internacionais e nacionais da área, que compartilharam conhecimentos atualizados sobre a aplicabilidade clínica.
Caroline é doutoranda em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e iniciou o estudo sobre disfunções respiratórias em pessoas com Parkinson na Divisão de Neurologia e Epidemiologia do Departamento de Neurociências (Dinep/Ufba), durante o mestrado. “Verificamos que indivíduos com Parkinson apresentavam alterações da função pulmonar quando comparados a outros do mesmo sexo e idade, porém sem a doença, mesmo nos estágios iniciais. Identificamos, ainda, que essas disfunções poderiam ser associadas à fraqueza dos músculos respiratórios e não somente a alterações torácicas, conforme publicações anteriores”, conta ela.
De acordo com a fisioterapeuta do HGRS, a identificação precoce poderia servir como indicador para antecipar e prevenir complicações pulmonares que podem ocorrer com a progressão da doença. “Estudos anteriores já descrevem a pneumonia como principal causa de internamento hospitalar e mortalidade de indivíduos com doença de Parkinson, provavelmente por disfunções respiratórias já conhecidas. Assim, uma vez que a avaliação muscular respiratória e o fortalecimento muscular precoces têm apresentado relevância clínica e são de fácil aplicabilidade, mesmo em ambiente ambulatorial, estamos propondo, no doutorado, o tratamento através do fortalecimento muscular respiratório, desde estágios iniciais, com foco na prevenção da disfunção muscular respiratória e redução das complicações, que foi o foco da conferência no congresso”, acrescenta Caroline.
Outras pesquisas sobre a doença de Parkinson (DP) já foram realizadas por profissionais do HGRS. No último mês de agosto, a fisioterapeuta responsável pelo Ambulatório de Transtornos do Movimento e Doença de Parkinson do hospital, Lorena Almeida publicou, na revista europeia Aging Clinical and Experimental Research, um trabalho que analisa fatores de risco para quedas em pessoas com DP. O artigo foi elaborado em parceria com um grupo de pesquisa da The University of Sydney, Austrália, que é referência mundial no estudo de quedas na doença.
Ascom HGRS