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Dificuldade para dormir é o transtorno mais frequente na dor neuropática

01/10/2019 16:54

Muitas vezes o paciente diabético chega para a consulta aparentemente bem, mas traz a queixa de dor. Essa queixa merece atenção porque pode ser dor neuropática, mais frequente durante o repouso. Quando a dor não é muito intensa, o paciente nem relata por acreditar ser um problema circulatório. A doença atinge o nervo, como se fosse um fio desencapado, produzindo choques. Por isso é preciso tratar por longo período com medicação de uso contínuo, para aliviar as dores.

Ao explicar didaticamente a dor neuropática, na sessão temática em Diabetes hoje, a endocrinologista e coordenadora de Ações Estratégicas do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia – Cedeba – Odelisa Matos, mostrou que o diagnóstico da doença é feito com a avaliação do paciente no consultório, a partir de questionários que dão a pontuação para sintomas que caracterizam a doença, mas afastando outras patologias que também causam dor.

São muitos os transtornos causados pela dor neuropática. Em primeiro lugar, aparece a dificuldade para dormir (65%), seguido pela falta de energia (58%), sonolência (40%), dificuldade de concentração (35%), depressão(35%), ansiedade (28%) e diminuição do apetite (19%).

O tratamento da dor neuropática com anticonvulsivantes e anti-depressivos é contínuo, segundo explicou a palestrante. Além de medicamentos, também são usados a Acupuntura e o suporte psicológico. Os pacientes são orientados a evitar emendas e costuras de roupas e calçados sobre a pele hiperestesiada (hiperestesia é aumento da sensibilidade à dor, provocado por uma alteração do sistema nervoso central ou periférico).

Para o diagnóstico de dor neuropática – pontuou a especialista – é fundamental avaliar o paciente, acreditar na sua dor e pesquisar a origem. Entender o mecanismo e o significado da dor e o contexto em que ocorre.

A palestra de Odelisa Matos foi seguida pela apresentação do farmacêutico do Cedeba, Anderson Lima, sobre “Acessibilidade para usuário de Gabapentina de Controle de Gestão”. Ele iniciou a apresentação mostrando as bases legais para incorporação de novas tecnologias ao SUS e a dispensação de medicamentos.

A sessão foi aberta pela coordenadora da Codar – Coordenação de Educação em Diabetes e Apoio à Rede, Graça Velanes. Em seguida, Júlia Coutinho, também da Codar, motivou os participantes para o Novembro Azul, mês em que se comemora o Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro). Mostrou a origem da celebração da data e a importância da mobilização para a alertar sobre o diabetes doença que atinge 415 milhões de pessoas em todo mundo.

Além do diagnóstico precoce, destacou Júlia Coutinho, é muito importante a assistência em todos os níveis. Ela trouxe a informação sobre a construção de hospitais para diabéticos pelo Governo Federal, e concluiu mostrando a importância das ações de educação em diabetes.

As sessões temáticas em diabetes têm como público alvo a equipe multidisciplinar (Saúde da Família, Centros de Referência e instituições de ensino superior). São muito importantes para manter os profissionais da atenção básica atualizados, contribuindo assim para melhorar a atenção aos diabéticos – participam profissionais da capital e do interior. Iniciativa do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia por meio da Codar, a ação acontece sempre na primeira terça-feira do mês.

Ascom do Cedeba

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