A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) investirá cerca de R$ 2 milhões em ações relacionadas ao carnaval de 2020. Haverá o reforço nos plantões em hospitais da capital e do interior, a instalação de três unidades de saúde nos circuitos de Salvador e Porto Seguro para a realização de testes rápidos que detectam HIV, sífilis e hepatites B e C, bem como a distribuição de preservativos, além de campanhas educativas que visam a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e a doação de sangue.
Na capital, os hospitais Geral do Estado (HGE), Roberto Santos (HGRS), Ernesto Simões (HGES) e Subúrbio (HS) estarão prontos para receber, se necessário, ocorrências de maior gravidade. Ainda em Salvador, o Hospital Eládio Lasserre e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Pirajá, Curuzu e Cajazeiras serão monitoradas por profissionais da Sesab, a fim de verificar o funcionamento e possíveis necessidades de transferência de pacientes para unidades de maior complexidade.
No interior, os hospitais estaduais em Camaçari, Lauro de Freitas e Porto Seguro também terão atenção diferenciada. Equipes da Sesab farão inspeções diárias nas unidades de saúde com o objetivo de verificar, entre outros itens, a necessidade de substituição ou suplementação de material.
Testagem
Testes rápidos para detecção de HIV, sífilis e hepatites virais serão realizados desde sexta-feira (21), em dois postos instalados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na capital, sendo um na Avenida Centenário, na Barra, e outro na Avenida Adhemar de Barros, em Ondina. O funcionamento dos postos será até o último dia de carnaval, iniciando sempre às 16 horas. Além dos testes, serão distribuídos preservativos masculinos e femininos e material informativo sobre infecções sexualmente transmissíveis. Também há um posto de testagem em Porto Seguro, instalado na Passarela do Descobrimento.
Além dos testes, farão aconselhamento e encaminhamento para tratamento no caso de testes positivos. A equipe que atuará nessa ação é formada por assistente social, enfermeiras, farmacêuticos, psicólogos, médicos, biomédicos, sanitaristas, motoristas e assistente administrativo, totalizando 60 profissionais.
Os foliões que residem em Salvador e apresentem resultado de exame reagente (positivo) para HIV ou hepatites, já sairão do posto de testagem com uma consulta agendada nos serviços especializados e garantia do início do tratamento. Os que residem em outras localidades serão orientados a procurar os serviços de atenção básica ou atenção especializada em seus respectivos municípios. Com relação ao acompanhamento para tratamento de sífilis, todos serão orientados a procurar a rede básica de saúde da sua cidade. Esse ano, a expectativa é distribuir 1 milhão de preservativos, revertendo assim, ainda que momentaneamente, um cenário nacional onde apenas 50% das pessoas usam camisinha nas relações ocasionais.
O HIV (vírus da imunodeficiência humana) continua sendo um grande problema de saúde pública mundial, levando a mais de 35 milhões de mortes até o momento. Em 2016, um milhão de pessoas morreram por causas relacionadas ao HIV em todo o mundo. No Brasil, em 2017, foram diagnosticados 42.420 novos casos da infecção. Dados preliminares apontam que na Bahia, somente em 2019, foram diagnosticados 1.664 novos casos de HIV. Neste cenário, a camisinha é o método mais eficaz de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Cabe ressaltar que o número de homens jovens (de 20 a 24 anos) com AIDS cresceu 107,5% de 2006 a 2015, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Monitoramento do novo Coronavírus
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informa que o nível de alerta (sensibilidade) das equipes de vigilância epidemiológica e sanitária para o novo coronavírus é considerado elevado e segue orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
A fim de ampliar as medidas de prevenção contra infecções virais como Coronavírus, H1N1, H3N2 e Influenza B, o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, vem se reunindo com segmentos empresariais e da sociedade civil para sensibilizar sobre a importância da higiene regular das mãos e ratificar a necessidade de cumprimento da Legislação Estadual nº 13.706/2017, que determina a disponibilização de dispensadores de álcool gel por parte de estabelecimentos comerciais que prestam serviços diretamente à população.
Na avaliação do titular da pasta estadual da Saúde, a Bahia tem se preparado para lidar com as situações epidemiológicas mais adversas. “Nos últimos cinco anos, diversos estados brasileiros passaram por surtos e epidemias de sarampo e febre amarela, por exemplo, mas aqui conseguimos impedir o avanço dessas doenças devido a uma série de medidas, com destaque para o bloqueio vacinal e campanhas de sensibilização voltadas para a população e segmentos empresariais”, afirma Vilas-Boas.
Inicialmente de caráter educativo, as fiscalizações notificarão os estabelecimentos que não estiverem atendendo à legislação, de modo que se adequem o mais breve possível. “Assim, antes da chegada do inverno, teremos uma medida adicional de proteção a fim de minimizar as transmissões entre as pessoas”, pontua o secretário.
Os estabelecimentos comerciais sujeitos a essa obrigatoriedade são aqueles classificados como: varejos de alimentação; shopping centers e centros comerciais; agências bancárias e postos de serviços; casas lotéricas; hotéis e pousadas; bares, restaurantes e similares; casas de eventos e eventos realizados em locais fechados; supermercados e hipermercados; escolas e faculdades; igrejas e templos religiosos; clubes de serviços; padarias e delicatessens; cinemas e teatros; e oficinas de serviços.
A quantidade de equipamentos de álcool em gel a serem disponibilizados levará em conta a área do estabelecimento, sendo um equipamento a cada 70 metros quadrados, sempre em locais de fácil acesso e visualização, inclusive com placa contendo aviso.
O Instituto Couto Maia (Icom), em Salvador, é a principal unidade de referência estadual em doenças infectocontagiosas e dispõe de 28 leitos com essa pressão negativa. No entanto, nem todos os casos devem ir para o Icom, só os casos considerados graves, uma vez que a infecção pelo vírus se apresenta desde a forma subclínica até as formas mais graves.
Os profissionais de saúde das redes pública e privada estão sendo orientados para redobrar a prevenção de possíveis contaminações frente a um caso suspeito. Isso inclui a lavagem frequente das mãos, usar o álcool gel e a utilização de máscaras cirúrgicas para as pessoas que tem sinais e sintomas respiratórios de síndrome gripal. Profissionais também devem usar seus equipamentos de proteção individual (EPIs), além de ter local privativo para atendimento de casos suspeitos.
Também estão sendo realizadas capacitações para os profissionais de saúde, o que inclui conhecer e investigar a história de deslocamento dos pacientes e seus contatos, notificar a vigilância epidemiológica e seguir as orientações dos protocolos nacionais e internacionais. Cabe ressaltar que a classificação de casos suspeitos, prováveis e confirmados é algo dinâmico. Apesar de ser um vírus novo, o tratamento é sintomático e os cuidados são, até o momento, semelhantes aos das Síndromes Respiratórias Agudas Graves, como o H1N1. Não há até o momento nenhum caso suspeito na Bahia.
Combate ao Aedes aegypti
Nos dias que antecedem o Carnaval na capital, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica está realizando a pulverização de inseticida (UBV) com carros fumacê nos circuitos Dodô e Osmar. O trabalho será iniciado nesta quarta-feira (12). Após o Carnaval, também será aplicado o fumacê.
Em Juazeiro, como o Carnaval é antecipado, o trabalho de pulverização com inseticida (UBV) teve o primeiro ciclo realizado nos dias 7 e 8 de fevereiro e o segundo ciclo foi iniciado nesta segunda-feira (10), prosseguindo até o dia 13.
O objetivo desse trabalho é o controle do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir doenças como a dengue, zika e chikungunya e que pode também ser vetor para transmissão da febre amarela.
Vigilância Sanitária
Por meio da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), a Sesab promove uma série de ações antes e durante o Carnaval, com o objetivo de proteger a população de possíveis riscos à saúde. A Divisa já vem realizando inspeções em Salvador e demais municípios da Região Metropolitana, em indústrias de gelo e água mineral e também em centrais de esterilização de materiais, além de realizar inspeções nas unidades produtivas que fornecem alimentos para efetivos da Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros que trabalham durante a festa.
Na capital, durante o Carnaval, haverá inspeção sanitária nas unidades de emergência em saúde de alta complexidade. Ainda será feito o monitoramento de risco sanitário; investigação na ocorrência de surto de Doença Transmitida por Alimento (DTA) e emergência em vigilância sanitária dentro e fora do circuito.
Hospital da Mulher terá serviço de prontidão no Carnaval 2020
Pelo terceiro no consecutivo, o Serviço de Atendimento às Mulheres Expostas à Violência Sexual do Hospital da Mulher, localizado no Largo de Roma, em Salvador, estará de portas abertas para acolher mulheres durante o Carnaval. Mulheres, adolescentes e mulheres trans expostas a situações de abusos e violência sexual serão acolhidas no centro, que dispõe de equipe multiprofissional com médicas ginecologistas, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogas e farmacêuticas.
Assim como nas demais datas, as pacientes serão atendidas através de demanda espontânea – também chamada porta aberta –, sem necessidade de agendamento prévio. O encaminhamento também pode ser feito pela rede de enfrentamento à violência contra a mulher, através de órgão judicial e policial, Instituto Médico Legal (IML), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Delegacia Especial de Atenção à Mulher (DEAM’s), Unidade de Pronto Atendimento (UPA’s) ou Central Estadual de Regulação da Bahia (CER-BA).
O Serviço AME orienta que o atendimento de emergência – primeiro atendimento – seja realizado em até 72 horas da violência para um melhor prognóstico. Ao dar entrada na unidade, a paciente realiza exames laboratoriais sorológicos, profilaxia para HIV e IST’s, contracepção de emergência e exame médico pericial em parceria com o IML, além de, quando do desejo da mulher, dispõe de acompanhamento à delegacia especializada para registro da ocorrência.
Centro de Atendimento a Múltiplas Vítimas
Outro equipamento à disposição da população é o Centro de Atendimento a Múltiplas Vítimas, que, em poucos minutos, transforma o estacionamento coberto do HGE em uma imensa emergência hospitalar. O centro está apto a receber e tratar mais de 25 vítimas simultaneamente. O espaço é equipado com toda a infraestrutura de oxigênio, rede elétrica e demais características para o primeiro atendimento. As vítimas passam por uma triagem e são encaminhadas rapidamente para os leitos adequados à gravidade dos ferimentos.
Na unidade, primeira do tipo implantada no Brasil, as vagas de estacionamento viram leitos hospitalares e a organização de toda área é feita por cores. O azul representa os casos de baixa complexidade, enquanto a área amarela é destinada aos pacientes de gravidade intermediária. Já na área vermelha, estão os pacientes mais graves, com risco iminente de morte.
Uma equipe de assistentes sociais é responsável pela identificação das vítimas, acolhimento das famílias e pelo fluxo da informação. Médicos, enfermeiros, auxiliares e o corpo administrativo atuam em regime de plantão e podem ser acionados a qualquer momento.
Hemoba
Nos dias que antecedem o Carnaval, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) lançará uma campanha para captação de bolsas de sangue, com o objetivo reforçar o estoque e garantir o atendimento tranquilo e seguro das possíveis demandas emergenciais durante a folia. Já durante os dias de Carnaval, o posto de coleta da Hemoba, na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, funcionará normalmente todos os dias, inclusive segunda e terça-feira, das 7h30 às 18h30. No sábado, o horário de funcionamento é das 7h30 Às 12h30. A unidade estará fechada apenas no domingo. Na quarta-feira de cinzas, o funcionamento será a partir das 13h.
Risco de intoxicação
No período do Carnaval, aumenta o risco de ocorrência de intoxicações, sejam decorrentes de alimentos contaminados ou pelo uso, associado ou não, de energéticos, bebidas alcoólicas e outras drogas. Desta forma, a equipe do Centro Antiveneno (Ciave) alerta sobre o risco do uso de drogas e a prática de associar bebidas alcoólicas e energéticas, que têm sido cada vez mais frequentes, principalmente em períodos festivos.
A maior preocupação é que este tipo de associação pode levar a um estado de “embriaguez desperta”, na qual a cafeína mascara a sensação de embriaguez, sem reduzir os prejuízos causados pela intoxicação, caracterizada pelo aparecimento de palpitação forte, tontura, mal-estar, sudorese e, principalmente, dor no peito e desmaio. De acordo com técnicos do Ciave, a combinação de energéticos com bebidas alcoólicas potencializa o risco de arritmias cardíacas, podendo causar morte súbita. Uma pessoa com suspeita de intoxicação precisa de socorro imediato, devendo ser conduzida para a unidade de atendimento de emergência mais próxima.
Dicas de saúde
Uma boa alimentação, à base de frutas, verduras e bastante líquido, moderação no consumo de bebidas alcoólicas e a manutenção da calma em qualquer situação. Estas são algumas recomendações dos profissionais de saúde, que também alertam para a importância do uso do preservativo como forma de evitar as infecções sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids.
Os profissionais também advertem que lavar as mãos com frequência, comer apenas alimentos bem cozidos, lavar bem frutas e verduras e observar a data de validade dos alimentos são medidas necessárias para prevenir diarreias. Caso apresente diarreia, o folião deve aumentar a ingestão de líquidos não alcoólicos e, se necessário, procurar uma unidade de saúde.
05/12/2024 11:17
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