De janeiro e setembro de 2020, apesar da pandemia do novo coronavirus, iniciada no último mês de março, foi possível realizar um número expressivo de transplante de órgãos na Bahia, segundo informa a enfermeira Carolina Sodré, coordenadora da Central de Órgãos do Estado. Nesse período, foram efetivadas 96 doações de múltiplos órgãos e 246 de córneas, possibilitando a realização de 18 transplantes de fígado, 176 transplantes renais, 186 de córneas, 15 de medula óssea e dois de pele. No mês de outubro, somente nesse final de semana, foram contabilizadas seis doações de múltiplos órgãos.
Segundo o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, a Bahia não deixou de realizar transplantes, sobretudo “porque foi montada uma estrutura para captar com celeridade e realizar todos os testes necessários dentro do período máximo de cada órgão”. A coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Rita Pedrosa, revela que progressivamente também “estamos reduzindo a taxa de negativa familiar, que já alcançou 76% e hoje está na casa de 50%. Dentre os motivos da negativa, as famílias alegam desconhecimento sobre o processo de doação ou questões religiosas”.
Rita Pedrosa acrescenta que a Política Estadual de Transplante representou um diferencial muito grande em relação à manutenção das doações e transplante de órgãos, em função, principalmente, do credenciamento de novas equipes e da capacitação de profissionais para o processo de captação e transplante de órgãos, inclusive em municípios do interior do Estado.
Ainda conforme a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, “a Bahia se manteve estável na doação e transplante de órgãos, mesmo dentro da gravidade da pandemia da Covid-19, ao contrário do que ocorreu em outros estados, que chegaram a interromper os transplantes”. E acrescenta: “apesar da pequena redução no número de doações, a chama se manteve acesa e os profissionais envolvidos no processo estão sendo motivados e recebendo todo o respaldo necessário”.
De acordo com Carolina Sodré, coordenadora da Central de Órgãos, o transplante é um dos maiores avanços de tratamento já descoberto pela medicina, “porém é um procedimento que depende diretamente da população. É preciso haver doador, por isso é muito importante que todos conversem sobre o assunto, esclareçam suas possíveis dúvidas e declarem o seu desejo de ser um doador para a família”. Para ser um doador não é necessário deixar o desejo por escrito, no momento correto a família é que tem o poder de decidir e autorizar a doação.
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