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Desfazer mitos sobre a insulinoterapia é tarefa da educação em diabetes

12/11/2020 17:32

No diabetes tipo 2, o tratamento mais frequente ė feito com medicação oral, ao contrário do tipo 1, que exige o uso da insulina a partir do diagnóstico e para sempre. A explicação ė da endocrinologista do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), Roberta Lordelo Lobo.

Mas – pontuou – com a evolução natural do diabetes tipo 2, a reserva pancreática diminui ao longo dos anos. “E o início da insulinoterapia nesta fase é essencial para manutenção de níveis adequados de glicemia”, completou a endocrinologista.

OS MITOS

Mas a realidade mostra que a recusa ou atraso para iniciar a insulinoterapia ė uma realidade, apesar de ser comprovadamente segura e eficaz na otimização do controle glicêmico dos pacientes com diabetes tipo 2. A recusa do paciente, de acordo com Roberta Lordelo Lobo, nasce do medo da agulha usada para aplicar a insulina, da associação do tratamento com o agravamento do diabetes. Passa também pela crença do “castigo”, pelo fato de o paciente acreditar que ė culpado por não ter se dedicado ao tratamento nos primeiros anos após o diagnóstico. E mais: o impacto na rotina diária e ganho de peso.

Do ponto de vista da equipe de saúde, contribuem as crenças de tratar-se de terapêutica de manejo difícil e preocupação com efeitos colaterais. A educação dos profissionais de saúde e contínuos esforços da equipe multiprofissional na orientação dos pacientes, podem promover maior adesão ao uso da insulina.

Os mitos sobre a insulina “causar complicações, piora, ou vício” e precisam ser abordados e desfeitos. Deve-se orientar as condições que aumentam o risco de hipoglicemia, tais como omissão de refeição, exercícios físicos sem alimentação ou erros nas doses.

É fundamental a educação dos pacientes e familiares, para que sejam capazes de detectar precocemente os sintomas de hipoglicemia e tratá-los de forma adequada e imediata. Deve-se informar que a alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos podem evitar ganho de peso excessivo. O conhecimento, através da educação, possibilitará uma perspectiva mais positiva sobre a insulinoterapia.

Segundo a endocrinologista, novas tecnologias vêm sendo gradativamente incorporadas, tornando as aplicações mais simples e menos incômodas (agulhas de menor calibre e canetas), reduzindo o ganho de peso, a frequência e a gravidade de hipoglicemias, o efeito colateral mais temido (análogos de insulina). Segundo as notas técnicas mais recentes, as canetas com insulina NPH e Regular serão distribuídas pelo SUS para pacientes com diabetes tipo 1 ou 2, com idade menor que 15 anos ou maior que 60 anos.

Ascom do Cedeba

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